terça-feira, 18 de agosto de 2009


O pequeno poema anterior foi escrito quando eu estava num momento de dúvida existencial e ouvia uma música, "All Blues", de Miles Davis(a música lindamente casava com minha questão).
É muito por acaso que eu agora escrevo ouvindo a mesma música.
É muito por acaso que essa é a 4a vez que o disco Kind Of Blue toca aqui em casa.
É muito por acaso que hoje é aniversário de 50 anos desse mesmo Kind Of Blue.
O disco é uma proeza de sintonia musical.
Miles chegou no estúdio com apenas alguns esboços do projeto para o disco.
Deu aos músicos(um set de músicos fantásticos, inclusive John Coltrane, sax tenor para quem montaram uma Igreja nos Estados Unidos) apenas algumas partituras e umas ideias do tipo de som que gostaria.
O resto é magia sincrônica.
Eram outros tempos, e não se faz música como antigamente, mas a música acima de tudo une os músicos numa energia fantástica que atinge o público.
Essa energia não surge de ensaios e excesso de produção, ela é espontânea, e nem adianta forçar.
Miles Davis era um homem meio esquisito, de caráter -a meu ver- duvidoso. Contudo tinha ele a proeza, segundo vários músicos que tocaram com ele, de unir os músicos com seu trompete. Algumas músicas são tocadas em polifonia e poliritmos, diferentes tempos e diferentes harmonias para cada instrumento.
Não importava, Miles era a sintonia, a coesão, de uma forma que só o acaso proporciona.

2 comentários:

Unknown disse...

Obra prima esse disco. Soube que foi só improviso. Indiquei o teu blog para um premio de qualidade na rede. Espero que goste.
Uma abraço amigo.

Unknown disse...

Pô, bacana irmão.
Esse disco é demais