"Ter o olhar objetivo do ângulo filosófico pode ser uma prova de pobreza de vontade e de força, porque a força organiza o que há de mais próximo e vizinho. Os 'conhecedores', que querem fixar somente o que é, nada podem fixar, tal como deverá ser."
"Há mais sabedoria no corpo do que na mente"
"Tudo o que eu digo que é meu, vocês podem dizer que é de vocês: de outro modo, escutar-me seria perder tempo." Walt Whitman

terça-feira, 8 de setembro de 2009
Crônica de um pintor
Um belo dia estava tomando café da manhã e arranhando as cordas do meu violão.
A casa vizinha em frente à minha estava vazia de móveis e moradores; cheia apenas de paredes de tinta fresca, um rolo e um pintor.
Com as paredes, a tinta, o rolo, tive apenas uma conversa de repúdio, reclamando do mal cheiro.
Ao pintor, ofereci um café.
Ele agradeceu e começou a me contar histórias, atitude inerente à carência de todo ser humano em justificar sua própria vida.
Quando avistou o violão, seus olhos brilharam e ele me disse ser de seu costume ser músico, músico de grandes músicos.
Já havia tocado até com Gilberto Gil!, quando duma apresentação deste em Floripa.
Contou me até que Gil tinha sido preso por causa de maconha, era uma intimidade só.
Depois o diálogo ficou mais fluído: "Por que você não pega o violão?", "Ah já faz muito tempo..", não tem problema tenta então tudo bem só um pouquinho bom acho que eu tô meio enferrujado --acordes dissonantes-- bom é isso, ah mas eu gostava muito de tocar eu era muito louco bons tempos aqueles.
Creio eu que a memória, sujeita à infalibidade do tempo, seleciona e distorce alguns acontecimentos.
Nesse caso, o tempo turvou a memória musical daquele homem, embora das histórias ele se recordava muito bem.
Aquele era um dia lindo, porque todos os dias são bonitos.
Mas a memória também embeleza, justifica, faz crônicas.
A casa vizinha em frente à minha estava vazia de móveis e moradores; cheia apenas de paredes de tinta fresca, um rolo e um pintor.
Com as paredes, a tinta, o rolo, tive apenas uma conversa de repúdio, reclamando do mal cheiro.
Ao pintor, ofereci um café.
Ele agradeceu e começou a me contar histórias, atitude inerente à carência de todo ser humano em justificar sua própria vida.
Quando avistou o violão, seus olhos brilharam e ele me disse ser de seu costume ser músico, músico de grandes músicos.
Já havia tocado até com Gilberto Gil!, quando duma apresentação deste em Floripa.
Contou me até que Gil tinha sido preso por causa de maconha, era uma intimidade só.
Depois o diálogo ficou mais fluído: "Por que você não pega o violão?", "Ah já faz muito tempo..", não tem problema tenta então tudo bem só um pouquinho bom acho que eu tô meio enferrujado --acordes dissonantes-- bom é isso, ah mas eu gostava muito de tocar eu era muito louco bons tempos aqueles.
Creio eu que a memória, sujeita à infalibidade do tempo, seleciona e distorce alguns acontecimentos.
Nesse caso, o tempo turvou a memória musical daquele homem, embora das histórias ele se recordava muito bem.
Aquele era um dia lindo, porque todos os dias são bonitos.
Mas a memória também embeleza, justifica, faz crônicas.
Nietzscheando
Um conhecimento superficial pode ser muito profundo se a casca for a própria essência.
Nietzsche buscou em sua filosofia desenvolver o conceito de superhomem.
O interessante do pensamento desse bonito contestador é que toda sua filosofia é muito aplicável ao cotidiano.
Simplificando, o superhomem pode ser vivido tendo em mente algumas coisas.
A primeira delas é o seguinte pensamento de Nietzsche:
O Cristianismo pegou do ser humano todos os vícios, as maldades, a pobreza e a pequenez de espírito e chamou de Homem.
As virtudes, a benevolência, a grandeza, o que há de mais belo e puro no Homo sapiens chamou de Deus.
Depois, basta ter um conhecimento do que a Bíblia chama de mal no homem e ir na contramão disso; ainda, ler no Alcorão os 99 nomes ou atributos divinos e colocá-los em prática.
Ecce Super Homo
Adendo:
"A religião é um produto da dúvida quanto à unidade do indivíduo, uma alteração da personalidade... à proporção que tudo quanto é grande e forte foi sendo considerado sobre-humano e estranho pelo homem, este foi se amesquinhando e separou as duas faces em duas esferas absolutamente diferentes, uma desprezível e fraca, outra forte e surpreendente, chamando a primeira "homem", à segunda "Deus"."
Nietzsche buscou em sua filosofia desenvolver o conceito de superhomem.
O interessante do pensamento desse bonito contestador é que toda sua filosofia é muito aplicável ao cotidiano.
Simplificando, o superhomem pode ser vivido tendo em mente algumas coisas.
A primeira delas é o seguinte pensamento de Nietzsche:
O Cristianismo pegou do ser humano todos os vícios, as maldades, a pobreza e a pequenez de espírito e chamou de Homem.
As virtudes, a benevolência, a grandeza, o que há de mais belo e puro no Homo sapiens chamou de Deus.
Depois, basta ter um conhecimento do que a Bíblia chama de mal no homem e ir na contramão disso; ainda, ler no Alcorão os 99 nomes ou atributos divinos e colocá-los em prática.
Ecce Super Homo
Adendo:
"A religião é um produto da dúvida quanto à unidade do indivíduo, uma alteração da personalidade... à proporção que tudo quanto é grande e forte foi sendo considerado sobre-humano e estranho pelo homem, este foi se amesquinhando e separou as duas faces em duas esferas absolutamente diferentes, uma desprezível e fraca, outra forte e surpreendente, chamando a primeira "homem", à segunda "Deus"."
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